Eventos Realizados
Dia Internacional Contra a Homofobia
Dia 17 de maio é Dia Internacional Contra a Homofobia. Foi nessa data, no ano de 1990, que a homossexualidade deixou de ser doença e foi excluída da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionadas com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Porém, o preconceito, a discriminação, o desrespeito e a violência para com a comunidade LGBT ainda se faz presente. Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB) “a cada 19 horas um LGBT é barbaramente assassinado ou se suicida vítima da ‘LGBTfobia’, o que faz do Brasil o campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais”.
Para lembrar dessa data de luta e de comemoração da comunidade LGBT, no ano de 2018, a Assistência Estudantil do Centro de Ciências Rurais do Campus de Curitibanos da UFSC em parceria com a Coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento da Violência de Gênero (CDGEN) da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (SAAD) construiu um “varal” para partilhar histórias de LGBTfobia, com a intenção que a empatia fosse despertada e fortalecida.
Disponibilizou-se um canal para que pessoas interessadas enviassem seus depoimentos – garantindo o sigilo das informações – e, no dia 17 de maio de 2018, esses relatos foram partilhados em um varal no Hall do CBS-01.
Confira abaixo os relatos partilhados!
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Conversa Sobre Violência Contra a Mulher
No dia 18 de outubro de 2019, ocorreu na UFSC Curitibanos o evento “Conversa sobre Violência contra a Mulher”, organizado pela equipe de Assistência Estudantil do Campus. A atividade contou com a presença de mais de 80 pessoas, entre as quais estudantes, professores(as), servidores(as) técnico-administrativos(as) e pessoas da comunidade.
A equipe de Assistência Estudantil da UFSC Curitibanos, composta pelas assistentes sociais Emanoela Carolina Vogel e Patrícia Freitas Schemes Assumpção; pela Técnica em Assuntos Educacionais, Naiara Aline Chaves Zat e; pelo psicólogo educacional, Lucas Emmanoel Cardoso de Oliveira, propôs e organizou esse evento a partir da preocupação com os dados alarmantes de violência contra a mulher no município de Curitibanos, além dos frequentes casos relatados pelas estudantes atendidas pelo Serviço de Assistência Estudantil.
Na abertura foram expostos alguns dados sobre violência contra a mulher no Brasil, em Santa Catarina e em Curitibanos. Em seguida, o Grupo de Vozes Femininas da UFSC Curitibanos apresentou as músicas “Maria, Maria” (Fernando Brant/Milton Nascimento) e “Maria da Vila Matilde” (Douglas Germano/Elza Soares). O Grupo foi regido pelo psicólogo educacional do Campus, Lucas Emmanoel, que também acompanhou o grupo com o piano.
O Grupo de Vozes Femininas foi criado especialmente para esse evento, com o intuito de unir e dar vozes às mulheres da UFSC Curitibanos. O grupo é formado por estudantes, professoras e servidoras técnico-administrativas, sendo que poucas tinham experiência com canto. Segundo Naiara Aline Chaves Zat (técnica em assuntos educacionais), “a experiência de cantar pra mim foi também muito desafiadora e eu só consegui por saber que estávamos juntas, foi pra mim importante essa atitude de união entre nós mulheres”. As músicas interpretadas foram escolhidas por terem relação com a temática do evento e também por ser um grupo formado apenas por mulheres. Conforme relata a bibliotecária Cristhiane Martins Lima Kreusch, “cantar músicas com a temática feminina me trouxe muitas reflexões e mostrou que somos capazes de enfrentar todas as barreiras”. Os ensaios ocorreram de forma intensiva nas duas semanas que antecederam o evento, sendo esse um espaço de preparação, mas também de união e descontração. Como afirma Ariane Lima Bettin (técnica de laboratório de Biologia), “me diverti bastante com tudo, nunca tinha experimentado cantar, adorei, para descontrair e refletir sobre os temas que cantamos”.
O psicólogo educacional do Campus, Lucas Emmanoel, que também é músico e regeu o grupo, afirma que “sabemos que na história da humanidade a mulher vem lutando para cavar um lugar no chão de concreto do machismo estrutural presente na sociedade um lugar de fala, um lugar para assegurar a sua existência. Muitas conquistas aconteceram, mas milhares até hoje não têm o direito à vida. E uma Universidade não pode ser complacente à violência contra a mulher, e a qualquer tipo de violência. Ser complacente, manter o silêncio é também uma violência. Frente a isso, em duas semanas, formamos um coral de vozes femininas para cantar neste evento. Mais que a técnica vocal, o que importou foi o gesto poético e político das mulheres cantarem juntas em defesa à vida da mulher.E que essas vozes que carregam as vozes do mundo inteiro, da ancestralidade feminina, das mulheres que virão, possam ressoar na UFSC Curitibanos e animá-la para que todas e todos levantem a bandeira em defesa à vida da mulher e contra o machismo estrutural, o qual acomete a todos nós”.
Após a apresentação musical, ocorreu a fala da Delegada Brícia Carolina Costa e Rosa, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Curitibanos. Delegada Brícia atualizou alguns dados sobre violência contra a mulher no município de Curitibanos e região; expôs como ocorrem alguns dos procedimentos realizados pela DPCAMI; sinalizou quais são os ciclos da violência pelos quais costumam passar as mulheres, sobretudo as que sofrem algum tipo de violência pelos companheiros e parceiros íntimos; além da importância da denúncia e contato com as delegacias especializadas, que infelizmente ainda não estão presentes em todos os municípios catarinenses, apenas nas sedes regionais.
Em seguida ocorreu a fala da Assistente Social, Ana Cristina dos Santos, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Curitibanos, que expôs sobre a impossibilidade de se definir um perfil do agressor ou da vítima, pois apesar da forma de lidar com os casos de violência serem diferentes, não há um padrão de classe, cor/raça, localidade, pois a violência contra a mulher, infelizmente, é algo presente em toda a sociedade.
Para finalizar a mesa, a professora e socióloga, Zilma Isabel Peixer, da UFSC Curitibanos, realizou uma apresentação abordando a violência presente no cotidiano das mulheres, na forma como a sociedade se organiza e como ocorre a divisão sexual do trabalho. Além disso, problematizou como a violência contra as mulheres se dá no ambiente universitário e como as denúncias podem ser realizadas nesse meio.
Após as exposições ocorreram questionamentos e colocações pelo público, que apontou dúvidas sobre outros elementos presentes nos casos de violências e dos procedimentos realizados pela delegacia, assim como algumas questões fundamentais para o combate da violência contra a mulher no âmbito acadêmico.
Para finalizar as atividades, a Engenheira Florestal da UFSC Curitibanos, Larissa Topanotti, declamou a poesia autoral “Pela Voz da Mulher”. Além disso, foram expostos no hall do prédio CBS 01, em frente ao Auditório onde ocorreu a atividade, relatos de violência contra a mulher coletados de forma anônima entre estudantes, professoras e servidoras técnico-administrativas do Campus. Para saber mais sobre essa ação clique aqui.
A equipe da Assistência Estudantil espera que esse tenha sido um primeiro momento para discussão e aprofundamento da temática e que possam ser encaminhadas ações de prevenção e combate da violência contra a mulher na UFSC e no município de Curitibanos.
Fotos: Gabriel Olivo